quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Proposta de Redação - MANIFESTAÇÕES POPULARES NO BRASIL

PROPOSTA

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema MANIFESTAÇÕES POPULARES NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.


TEXTO 1
As manifestações populares e a urgência da reforma política no Brasil
Há décadas, o Brasil não registrava manifestações populares de tamanha amplitude como as que vimos nos últimos dias. Do Norte ao Sul, o País foi sacudido, inicialmente pelo movimento contra o aumento das tarifas de transporte, e na sequência, por outras reivindicações.
Fora os saques e atos de vandalismos de alguns oportunistas, a marca maior dos protestos é que o brasileiro está, sim, interessado na política e nas questões sociais do País. Provou, acima de tudo, que queremos um Brasil melhor agora e para as futuras gerações.
O aumento das tarifas dos meios de transportes foi só a gota de água que fez transbordar a insatisfação com vários outros aspectos da vida social, como a corrupção e o superfaturamento de obras para a Copa.
Amplificou a urgência de mais investimentos em educação, saúde e transporte público. O grito popular evidencia que este é um momento privilegiado para repensarmos nossa estrutura política, que dá mostras de estar superada.
Urge, portanto, estabelecer como prioridade a reforma política com a participação popular, aproveitando o clamor das ruas para reaproximar o povo brasileiro de seus representantes. Vários temas precisam ser revistos: combate à corrupção e ao nepotismo, ampliação da participação da mulher na política, definição de normas para financiamento público e privado das campanhas eleitorais, exigência da ficha limpa, sistema proporcional para eleição de deputados e vereadores, entre muitos.
Voltaremos a esses temas em breve, para discuti-los de forma aprofundada. Para chegar a uma reforma efetiva do nosso sistema político, é fundamental ouvir a população e fazer prevalecer valores como participação, transparência, liberdade, igualdade, justiça, respeito, diversidade e ética.  
Só assim a democracia e a representatividade sairão fortalecidas. Que nossos políticos tenham a sabedoria de perceber que é chegada a hora de arregaçar as mangas para fortalecer a participação popular que os movimentos e manifestações desta semana demonstram ser o anseio nacional.


TEXTO 2
O Brasil acordou
Com camisas e bandeiras do Brasil e cartazes com dizeres como "O Brasil acordou", os manifestantes protestam contra os gastos públicos na Copa das Confederações, defendem mais verbas para educação e saúde e a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público, além de outras reivindicações. [Agência Brasil]

Vitória das ruas
A revogação do aumento das tarifas de transportes em São Paulo e no Rio é uma vitória indiscutível do Movimento Passe Livre. Já os prefeitos Fernando Haddad (PT) e Eduardo Paes (PMDB), bem como os governadores Geraldo Alckmin (PSDB) e Sérgio Cabral (PMDB), saem atônitos das manifestações que os encurralaram. (...)Não é fácil aquilatar, contudo, como o episódio reverberará no panorama partidário e eleitoral. Da revolta com a qualidade da saúde e da educação à crítica aos gastos com a Copa do Mundo, várias insatisfações vieram à tona durante os protestos. (...)Até o Congresso dá sinais de incômodo com a revolta. Cogita acelerar a votação de projeto para desonerar os transportes urbanos. Políticos tradicionais sentem a exigência de reinventar-se, mas para tanto as manifestações ainda não parecem ter força bastante. [Editorial, Folha de S. Paulo]

O tamanho das mudanças
A julgar pelo tom médio dos comentários que li no fim de semana, estamos em uma situação pré-revolucionária a partir da qual nada mais será o mesmo na política brasileira. Até gostaria que fosse verdade, mas receio que a realidade seja um pouco mais pesada. (...) Os protestos não durarão para sempre. Como escrevi numa coluna da semana passada, manifestações dão trabalho, impõem um ônus às cidades e acabam enjoando. Se democracia direta fosse bom, assembleias de condomínio seriam um sucesso. Não são. E esse é um dos motivos por que inventamos a democracia representativa. É claro que algo desse movimento permanecerá, mas é cedo para uma avaliação definitiva. Se o passado serve de guia para o futuro, o quadro não é dos mais promissores. Após o impeachment de Fernando Collor, em 1992, boa parte dos brasileiros acreditávamos que o país abraçara um novo --e melhor-- paradigma no que diz respeito à tolerância para com os desmandos da classe política. Ainda que isso tenha ocorrido em algum grau, não foi o suficiente para evitar os muitos escândalos que se sucederam. A política mudou, mas muito menos do que desejaríamos. [Hélio Schwartzman, Folha de S. Paulo]

Mudanças já
Pressionada pelas manifestações que tomam as ruas contrárias ao projeto que retirava poderes de investigação do Ministério Público, a Câmara dos Deputados derrubou nesta terça-feira (25/06/2013) a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37.  Além disso, em mais uma votação da "agenda positiva" fixada pelo Congresso em resposta às ruas, a Câmara dos Deputados estabeleceu na que 75% das receitas do petróleo serão destinadas para a educação. O projeto original, enviado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso em maio, previa 100% do montante para o setor.


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