PROPOSTA
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base
nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema MANIFESTAÇÕES
POPULARES NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
As
manifestações populares e a urgência da reforma política no Brasil
Há
décadas, o Brasil não registrava manifestações populares de tamanha amplitude
como as que vimos nos últimos dias. Do Norte ao Sul, o País foi sacudido,
inicialmente pelo movimento contra o aumento das tarifas de transporte, e na
sequência, por outras reivindicações.
Fora os
saques e atos de vandalismos de alguns oportunistas, a marca maior dos
protestos é que o brasileiro está, sim, interessado na política e nas questões
sociais do País. Provou, acima de tudo, que queremos um Brasil melhor agora e
para as futuras gerações.
O aumento
das tarifas dos meios de transportes foi só a gota de água que fez transbordar
a insatisfação com vários outros aspectos da vida social, como a corrupção e o
superfaturamento de obras para a Copa.
Amplificou
a urgência de mais investimentos em educação, saúde e transporte público. O
grito popular evidencia que este é um momento privilegiado para repensarmos
nossa estrutura política, que dá mostras de estar superada.
Urge,
portanto, estabelecer como prioridade a reforma política com a participação
popular, aproveitando o clamor das ruas para reaproximar o povo brasileiro de
seus representantes. Vários temas precisam ser revistos: combate à corrupção e
ao nepotismo, ampliação da participação da mulher na política, definição de
normas para financiamento público e privado das campanhas eleitorais, exigência
da ficha limpa, sistema proporcional para eleição de deputados e vereadores,
entre muitos.
Voltaremos
a esses temas em breve, para discuti-los de forma aprofundada. Para chegar a
uma reforma efetiva do nosso sistema político, é fundamental ouvir a população
e fazer prevalecer valores como participação, transparência, liberdade,
igualdade, justiça, respeito, diversidade e ética.
Só assim a
democracia e a representatividade sairão fortalecidas. Que nossos políticos
tenham a sabedoria de perceber que é chegada a hora de arregaçar as mangas para
fortalecer a participação popular que os movimentos e manifestações desta
semana demonstram ser o anseio nacional.
TEXTO 2
O Brasil acordou
Com camisas e bandeiras do Brasil e cartazes com dizeres como
"O Brasil acordou", os manifestantes protestam contra os gastos
públicos na Copa das Confederações, defendem mais verbas para educação e saúde
e a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que limita o poder
de investigação do Ministério Público, além de outras reivindicações. [Agência Brasil]
Vitória das ruas
A revogação do aumento das tarifas de transportes em São Paulo e
no Rio é uma vitória indiscutível do Movimento Passe Livre. Já os prefeitos
Fernando Haddad (PT) e Eduardo Paes (PMDB), bem como os governadores Geraldo
Alckmin (PSDB) e Sérgio Cabral (PMDB), saem atônitos das manifestações que os
encurralaram. (...)Não é fácil aquilatar, contudo, como o episódio reverberará
no panorama partidário e eleitoral. Da revolta com a qualidade da saúde e da
educação à crítica aos gastos com a Copa do Mundo, várias insatisfações vieram
à tona durante os protestos. (...)Até o Congresso dá sinais de incômodo com a
revolta. Cogita acelerar a votação de projeto para desonerar os transportes
urbanos. Políticos tradicionais sentem a exigência de reinventar-se, mas para
tanto as manifestações ainda não parecem ter força bastante. [Editorial, Folha de S.
Paulo]
O tamanho das mudanças
A julgar pelo tom médio dos comentários que li no fim de semana,
estamos em uma situação pré-revolucionária a partir da qual nada mais será o
mesmo na política brasileira. Até gostaria que fosse verdade, mas receio que a
realidade seja um pouco mais pesada. (...) Os protestos não durarão para
sempre. Como escrevi numa coluna da semana passada, manifestações dão trabalho,
impõem um ônus às cidades e acabam enjoando. Se democracia direta fosse bom,
assembleias de condomínio seriam um sucesso. Não são. E esse é um dos motivos
por que inventamos a democracia representativa. É claro que algo desse
movimento permanecerá, mas é cedo para uma avaliação definitiva. Se o passado
serve de guia para o futuro, o quadro não é dos mais promissores. Após o
impeachment de Fernando Collor, em 1992, boa parte dos brasileiros
acreditávamos que o país abraçara um novo --e melhor-- paradigma no que diz
respeito à tolerância para com os desmandos da classe política. Ainda que isso
tenha ocorrido em algum grau, não foi o suficiente para evitar os muitos
escândalos que se sucederam. A política mudou, mas muito menos do que
desejaríamos. [Hélio Schwartzman, Folha
de S. Paulo]
Mudanças já
Pressionada pelas manifestações que tomam as ruas contrárias ao
projeto que retirava poderes de investigação do Ministério Público, a Câmara
dos Deputados derrubou nesta terça-feira (25/06/2013) a Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) 37. Além disso, em mais uma votação da "agenda
positiva" fixada pelo Congresso em resposta às ruas, a Câmara dos
Deputados estabeleceu na que 75% das receitas do petróleo serão destinadas para
a educação. O projeto original, enviado pela presidente Dilma Rousseff ao
Congresso em maio, previa 100% do montante para o setor.
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