segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Humanismo

Transitoriedade. Eis o que representa o Humanismo para os movimentos literários de Portugal. Isso porque representa o período entre a Idade Média, na qual foram criados os textos trovadorescos, e o Renascimento ou Classicismo.

Na época trovadoresca, o poder econômico estava nas mãos dos senhores feudais e existia a vassalagem, ou seja, o trabalho sem remuneração, mas que consistia numa espécie de troca de favores. Na vassalagem, os trabalhadores, também conhecidos como vassalos, recebiam como pagamento a "proteção" de seus senhores. Artisticamente, havia a produção das cantigas. Poesia acompanhada por instrumentos de música. A sociedade também era teocêntrica, via Deus como o centro do universo.

No período de tempo do Humanismo, transcorrido na troca do século XV para o XVI, há expansão de intercâmbio comercial e, consequentemente, da burguesia, que não era nem do clero, nem da nobreza, nem dos servos. A expansão do comércio favoreceu a economia agora não mais apenas dos nobres. Além da crise do feudalismo, havia ainda uma tensão espiritual. 

Diante deste cenário conturbado, iniciam-se também as grandes navegações que visavam o crescimento marítimo e comercial. Revestido de coragem e inteligência que permitiu a invenção de úteis instrumentos como a bússola, o homem passa a ser mais valorizado. E a autoridade antes vista nas mãos de Deus passa a ser encontrada no ser humano, surgindo o antropocentrismo. Aliás, eis o principal motivo para este período literário ser chamado Humanismo. O homem passa a ser o centro do universo e em torno do qual giram todas as questões.

Desse modo, a literatura retrata esses acontecimentos e trazem inovações em relação à métrica e ao conteúdo. Surgem os versos decassílabos (com dez sílabas métricas) e heptassílabos (versos com sete sílabas), representados principalmente pelos sonetos italianos de Petrarca.

Em Portugal, Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, uma vez que deu novos ares e fortaleceu o teatro, tendo escrito algo em torno de 40 peças. Sua obra pode ser dividida em autos e farsas. Nos autos, o tema central é a igreja, a religião. Enquanto as farsas eram peças curtas humorísticas e engraçadas.

As poesias eram organizadas em "cancioneiros". Na prosa, Fernão Lopes foi o cronista mais importante. 


Imagem: Humanismo Blog

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